terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Arthur Maia: "Não adianta me colocar faltando 20 minutos e querer que eu resolva"


Ele é visto como uma promessa para o time profissional desde 2010, mas daí pra realidade... Após anos oscilando, o garoto se apresentou ao Brasil defendendo o Vitória sub-20. Organizador do meio-campo, elogiadíssimo pela crítica nacional, Arthur Maia foi fundamental na conquista do título da Copa do Brasil da categoria, com final no dia 15 de dezembro de 2012.

Vibrou e festejou com a taça como todos os outros garotos, mas encerrou a temporada sem a sensação do dever cumprido. Absoluto na base rubro-negra, Maia ainda não conseguiu se firmar na equipe profissional.

Na Série B do Campeonato Brasileiro, ele não foi titular em uma partida sequer e acredita que precisa de uma sequência de jogos pra se firmar no time principal.“Preciso jogar. Não adianta me colocar faltando 20 minutos e querer que eu resolva como resolvo no time júnior”, argumenta.

A comissão técnica da base concorda. “Confiança e personalidade ele sempre teve, o que ele não teve foi sequência. Claro que agora ele está mais maduro, principalmente em relação ao físico, mas a questão é sequência de jogo, que o Vitória com suas comissões ainda não deram. Já tiveram várias propostas pra ele, da Espanha, da Inglaterra... Não é possível que o mundo inteiro esteja errado”, indica o coordenador da divisão de base rubro-negra, João Paulo Sampaio, confiante no talento da joia da Toca.

Neste novo ano, Arthur Maia deseja que diretoria e comissão técnica do time profissional o enxerguem diferente. Como presente pelas belas exibições na Copa do Brasil Sub-20, quer uma oportunidade real com a camisa 10. “Espero que me olhem com outros olhos, como um jogador útil, que pode ajudar o time e não como um menino da base. Já me vejo com responsabilidade para assumir a camisa dez. Me enxergo com ela. Tô vivendo há dois anos no dia a dia do profissional do Vitória e até me machuca estar no grupo e escutar todo mundo falando que falta um camisa dez no time”, revela.

SONHO ANTIGO - O desejo é antigo. Maia sonha com a camisa dez do profissional desde 2003, quando se mudou para Salvador. Deixou a família em Maceió, sua cidade natal, com dez anos de idade.“Eu jogava na escolinha do CSA e saí pra ir para um núcleo do Vitória que tinha em Maceió. Teve uma viagem pra Salvador, fiz uns jogos, o professor Edgar me viu e fez o convite”, contou.

A tarefa de ficar longe da família rendeu muitas lágrimas. “No começo foi difícil. Eu chorava todo dia às cinco da manhã. Mas tinha o sonho de brilhar e aí ao mesmo tempo que eu chorava eu conseguia ser forte”. Dez anos se passaram. Dona Kátia e seu Roberto quer em ver o filho realizar o sonho de vestir a camisa dez. Presente de ano novo. (Daniela Leone / iBahia)